segunda-feira, 10 de agosto de 2009
A Câmara ficou mais estética
Há coisas que me levam a querer ficar de fora das celebrações do centenário da República, porque houve coisas nauseabundas no republicanismo de terra-queimada de 1910. Podemos começar pela exclusão do voto das mulheres, passar pela ingenuidade ideológica de achar suficiente substituir um rei por um presidente, continuar pelas lutas intermináveis pelo poder, vislumbrar o anti-clericalismo doentio e acabar no projecto de substituição da bandeira como expressão de um regime de tábua-rasa. Isto já para não falar no sentimento laudatório que havia e ainda hoje há pelos regicidas. E eu, ao contrário de outros republicanos, estimo muito a memória de muitos dos nossos monarcas. Como já antevejo uma generalizada ausência de espírito crítico e uma frieza ideológica à imagem de uma Exposição do Mundo Português, toda a panóplia de celebrações que se esperam para o centenário da República em 2010 causa-me algumas náuseas.
Por isso, não sendo monárquico, o regresso da bandeira monárquica aos Paços do Concelho de Lisboa não deixa de me dar motivos para sorrir. Pelo valor simbólico da acção, pela mensagem satírica que lhe foi associada e pelo regresso momentâneo a uma bandeira que me agrada mais que a actual, estética e simbolicamente. O azul e branco voltaram, vivam as cores da Fundação e da Liberdade! Só é pena a bandeira ter sido pequena. Ninguém tinha uma maior lá em casa?
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1 comentário:
Vês, nos Açores mantemos a bandeira bonitinha. Engraçado, é azul e branco que se vê às janelas quando selecção joga, e não verde e vermelho;)
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