Não foram apenas portugueses que lutaram do nosso lado, mas também ingleses; e, do outro lado, não estavam apenas castelhanos, mas também franceses e outros portugueses, incluindo um irmão de Nuno Álvares Pereira. Também não terá havido nenhum quadrado e a única altura da batalha em que a formação do exército português teve uma forma próxima da quadrangular foi quando os flancos recuaram e D. João I avançou para fechar o grupo de castelhanos que tinham conseguido romper a vanguarda nacional. E, para completar o trio de mitos, o exército castelhans até podia ser três vezes maior que o português, mas parte dele nunca chegou a lutar: já Juan I batia em retirada e uma boa parte das suas tropas ainda vinha a caminho de Leiria. O que quer dizer que a desproporção de números no campo de batalha não foi tão elevada quanto muitas vezes se conta.
Por isso, a vitória de Aljubarrota não teve os contornos prodigiosos com que a pintam já desde os dias de Fernão Lopes. Ainda assim, uma grande vitória e um testemunho de engenho e saber. Houve que escolher bem o lugar, preparar o terreno e planear com precisão que tropas iam ficar onde. E depois ter esperança naquele 14 de Agosto. Assim se fez o Portugal onde hoje falta o vigor da revolução de 1383.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
São 624 anos, apesar dos mitos
Publicado por Héliocoptero às 03:45
Etiquetas: História de Portugal
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2 comentários:
Gostava de saber o que achas do veto do Presidente da Republica as unioes de facto. Li o artigo no DN que nao deixou a situacao muito clara... O mais preocupante no entanto, foram os alguns dos comentarios, tao homofobicos e absurdos, que me deixaram envergonhada de ser portuguesa. Um deles ate diz, que sendo casado e com filhos, tem o direito de se diferenciar de homessexuais femininos e masculinos. Ha gente retardada.
Deixou-me mesmo em baixo.... *
Há um deputado municipal em Alcobaça que diz coisa piores, Miz. Mas contra isso só há uma coisa a fazer: reagir! Reagir e lutar para que as opiniões deles sejam, um dia, uma triste relíquia do passado.
Quanto ao veto presidencial, há obviamente uma clivagem ideológica esquerda/direita a que o Presidente não foi alheio e não posso dizer que discorde em absoluto com o chumbo da coisa. A qualidade legislativa anda a diminuir muito, mas mesmo muito em Portugal e não me espantaria se os acertos à lei viessem complicar em vez de simplificar.
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