Com a Eurovisão ainda na memória, oiça-se a canção socialista para as eleições deste ano. É uma música apelativa, feita de discursos sobre a igualdade, do quanto choca e faz chorar o PS a discriminação de gays e lésbicas e de como o casamento civil é uma bandeira da "esquerda" democrática. A letra e voz é de José Sócrates, que é acompanhado pela banda dos jotinhas, os mesmos que não tocam o que quer que seja sem autorização do grande líder.
A cantiga socialista apela ao voto LGBT. A nova cantiga, aliás. Porque a velha era mais conservadora, feita da não-urgência da igualdade de acesso ao casamento civil, das dúvidas sobre o assunto, da necessidade de debate nacional e do chumbo com disciplina de voto imposta. E se três meses bastaram para mudar de opinião sem qualquer justificação racional para além da pura estratégia política, o que é que nos garante que, em nome do mesmo fim - o poder a todo o custo -, não iremos ser novamente atraiçoados por um Partido Socialista que já votou contra os direitos dos cidadãos LGBT com o argumento pacóvio de ser a favor, mas contra? Quanto vale a convicção da cantiga socialista para as eleições de 2009? Doze pontos ou muito menos?
O próximo número sai dia 7 de Junho, aqui e no
Devaneios LGBT, e após o fecho das urnas.
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