José Sócrates recusa-se a debater os casamentos homossexuais por não estarem na agenda do PS. Alberto Martins assegura que não é um problema de falta de coragem ou de receio eleitoralista, mas apenas uma questão de oportunidade. Strecht Ribeiro, vice-presidente do grupo parlamentar socialista, reconhece até que existe uma inconstitucionalidade por omissão desde 1995 e que o PS não votará contra os casamentos homossexuais, "mas contra o oportunismo político do Bloco de Esquerda". Até acrescenta que o seu partido "entende que tem de ser feita ainda uma avaliação política sobre o momento em que esse obstáculo é removido", o que, traduzido para português corrente, quer dizer que ao PS não dá jeito discutir a questão agora e que é melhor se a coisa for o mais longe possível de eleições. Não tendo eu intenções de recompensar a douta cobardia do Partido Socialista, aqui fica uma declaração de voto bastante adiantada para os actos eleitorais marcados para 2009:
Se o PS se recusa a discutir os direitos constitucionalmente garantidos dos meus concidadãos porque não está na sua agenda, então eu recuso-me a reconhecer o PS no meu boletim de voto. Se os socialistas votam contra os direitos que a Constituição consagra aos meus concidadãos porque não é oportuno, então não me é oportuno votar nos socialistas em 2009.
A um partido que reconhece haver um imperativo constitucional, mas faz dele uma nulidade pela imposição da disciplina de voto, eu respondo vendo nele uma nulidade enquanto força política nos actos eleitorais de 2009! E darei o meu melhor para que amigos e familiares sigam o meu exemplo!
Publicado em simultâneo no Devaneios LGBT
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Numa linguagem que eles entendem
Publicado por Héliocoptero às 23:17
Etiquetas: Casamento civil, Democracia, Direitos LGBT, Partidos políticos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Olhando bem para essa lista fico sem vontade de por os pés nas urnas...
Pedro, nas urnas só se mete os votos, que os pé entram é na cabine ;)
Seja como for, em último caso vota-se em branco, mas vota-se! É um direito, mas também um dever de cidadania.
Sim Helio. lá terá que se votar em alguém ou em branco - apesar da vontade de sair de casa para esta palhaçada não ser muita não lhes dou o gostinho de me excluirem por inércia e inépcia.
Mas que esta situação irrita... se oiço mais uma vez a expressão "causa fracturante" agrido alguém...
Enviar um comentário