quarta-feira, 2 de abril de 2008

No parque com... (i)

De modo a elevar um pouco a qualidade deste blogue, abro hoje uma senda de entradas com sugestões de leitura. Não serão certamente as mais literariamente correctas ou prestigiadas, uma vez que os meus hábitos livrescos são por regra compostos por bibliografia académica, fontes primárias da Antiguidade e Idade Média e humor, muito humor britânico. E serão desses géneros as sugestões publicadas aqui neste meu abertamente gay e mui pagão "estaminé" blogosférico. As entradas terão todas como título a referência a locais onde se pode ler um livro, neste caso no parque com...

...Good Omens, a história dos dias que antecedem o Fim do Mundo. Segundo as Boas e Precisas Profecias de Agnes Nutter, uma bruxa inglesa morta na fogueira no século XVII, o Apocalipse está marcado para o próximo sábado à tarde, mais concretamente depois do chá. O Anticristo nasce onze anos antes num hospital gerido pela Ordem Cavaqueira de São Beryl, cujas freiras são obrigadas a tagarelar continuamente excepto às terças-feiras à tarde durante meia hora. A irmã Maria Loquacious estava encarregue de entregar o filho do Diabo aos pais adoptivos, mas um pequeno percalço originou uma troca de bébés e o Príncipe das Trevas acaba por crescer não na casa de um diplomata americano no Reino Unido, mas no seio de uma família rural inglesa. Enquanto isso, Aziraphale e Crowley, respectivamente o anjo que guardava o Éden e o demónio que deu a maçã a Eva, são encarregues pelos seus senhores de encaminharem os acontecimentos no sentido do Armagedão e da Batalha Final. Habituados que estavam, no entanto, aos confortos terrenos e com as suas vidas encaminhadas - o anjo com a sua livraria e o demónio com o seu adorado Bentley - os dois seres sobrenaturais, já amigos de longa data, recusam-se a abrir mão das suas rotinas e decidem malograr os planos dos seus patrões. Assim sendo, tratam de influenciar em simultâneo a educação do jovem Anticristo, na esperança de que ele nunca se consiga decidir entre o Bem e o Mal. Ou a educação de quem eles julgavam ser o Anticristo...

No seu décimo primeiro aniversário, estava previsto que o Rebento de Satã recebesse um presente do seu pai, um cão do Inferno cuja missão seria guardar e proteger o Príncipe das Trevas. Aziraphale e Crowley esperavam pacientemente à porta da casa do diplomata americano, mas, para seu espanto, a criatura demoniaca não apareceu. O alarme foi dado, o Anticristo estava desaparecido e ninguém sabia o seu paradeiro! Apenas o dito cão teria dado com ele, mas não era de esperar que ele voltasse ao Inferno para dar indicações. O que se segue é a busca pelo Filho do Diabo enquanto a tarde de sábado se aproxima e os sinais do Fim do Mundo vão-se acumulando: americanos, tibetanos, atlantes, extraterrestres e outras estranhas criaturas dos últimos dias. Pelo meio surge a única descendente viva de Agnes Nutter, o último caçador de bruxas de Inglaterra, o seu mais recente e único recruta, a sua senhoria e os Quatro Motoqueiros do Apocalipse. Sim, motoqueiros, que o tempo dos cavalos já lá vai. E a Pestilência reformou-se, mais precisamente em 1936, desgostosa com a penincelina e para ser substituida pela Poluição.

Good Omens é da autoria de Terry Pratchett e Neil Gaiman. Segundo as suas curtas biografias na página inicial, o primeiro gosta de pessoas que lhe oferecem batidos de banana, o segundo nem por isso, mas sente-se lisonjeado quando os fãs lhe enviam dinheiro, de preferência dólares. Não há, pelo menos que eu saiba, qualquer tradução portuguesa do livro.

2 comentários:

Rita disse...

Há sim! Chama-se "Bons Augúrios", compra-se na Fnac e serve para fazer os pais deixarem de ler coisas deprimentes tipo o último do Lobo Antunes! E a tradução não está nada má;)
Abraço:)

Héliocoptero disse...

Ah bom! Tenho que lhe deitar as mãos para ver a tradução, então.

Obrigado pela dica ;)

Beijoca