Via PGL, fiquei a saber que o mundo ficou um pouco mais pobre na passada quarta-feira. Culturalmente mais pobre. Marie Smith Jones, indígena do Alasca, morreu aos 89 anos de idade depois de quase duas décadas de uma estranha solidão: Marie era desde há quinze anos a última falante de Eyak, uma das várias dezenas de línguas nativas do Alasca. Os seus sete filhos nunca a aprenderam, porque cresceram numa altura em que era considerado errado falar outro idioma que não o inglês, tal como na Europa em tempos (e, de várias formas, ainda hoje) foi tido como reprovável o uso do galego-português, do catalão, do basco, do occitano, do gaélico ou do bretão. Com Marie morreu uma língua e toda uma cultura que é preservada apenas nos trabalhos escritos que ela ajudou a redigir, incluindo um dicionário de Eyak. Às gerações futuras compete recuperar os sons e costumes que se apagaram dia 23 deste mês. Os da tribo de Marie e, possivelmente, os de outras tantas comunidades humanas: há quase vinte outras línguas nativas do Alasca em risco de extinção.
Aldeia Nativa de Eyak
Conselho de Preservação Eyak
Centro de Línguas Nativas do Alasca
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Um crepúsculo no Norte
Publicado por Héliocoptero às 15:23
Etiquetas: Línguas em risco, Línguas extintas
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