domingo, 26 de abril de 2009

Santo!

Popularmente já o era. Quase desde o momento da sua morte. Pela sua devoção mesmo em tempo de guerra e pelo seu despojamento já em dias de paz. Relatos de milagres é coisa que nunca faltou. Foi o nosso Galahad, um filho bastardo ao serviço de um grande rei numa época de crise e com o espiritual no horizonte. E Nuno Álvares Pereira terá crescido a ouvir as lendas arturianas, moldando a personalidade à imagem do cavaleiro do Graal, aspirando à sua integridade e devoção de modo a viver o ideal de cavalaria. A entrega à causa de Avis agigantou-o, fazendo-o transpirar força anímima e uma astúcia militar de quem aprendia e aplicava minuciosamente sem hesitar, de confiança posta na Providência como Galahad. E a entrega posterior à vida religiosa apenas lhe aumentou a aura de homem invulgar, de fagulha divina na pessoa de um cavaleiro-monge.

Hoje, passados mais de 500 anos sobre o primeiro pedido de canonização, o Santo Condestável ascende oficial e plenamente aos altares da religião que professou, renovando-se as atenções sobre tão inclita personagem a quem Fernando Pessoa chamou S. Portugal. No seu altar deixo uma oferenda no dia da sua consagração máxima.

1 comentário:

Anónimo disse...

Deixa-me confessar que também estou contente, um exemplo de homem corajoso, justo e bom, para recordar, para nos amparar quando a coisa está bera. Não fui a nenhum altar mas enchi 4 sacos de lixo com as minhas patas ali no ecoparque.

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