terça-feira, 24 de março de 2009

Nota do dia (i)

Hoje o dia começou com uma discussão com uma colega de apartamento. Tudo porque ela lembrou-se de ligar a máquina de secar roupa em pleno dia de sol e com um estendal livre. Para um número de peças que dá para contar com as duas mãos e ainda devem sobrar dedos. E já não é a primeira vez que o faz.

Há meninas anti-sociais de Cascais que nunca deviam sair do seu antro de vida despesista.

10 comentários:

Anónimo disse...

(esta aqui é que eu não estava à espera, vinha eu no rasto da Minerva, :). É um desabafo?

Héliocoptero disse...

É um desabafo, sim. Tenho pouca paciência para pessoas que moram com outras como se morassem sozinhas. Cresçam e apareçam!

Tiger! disse...

Um desperdício de energia! Ainda mais agora com um "solinho" tão bom.
Realmente fiquei como o anónimo, estava à espera de mais Minerva!
Abraços

Héliocoptero disse...

A Quinquatria já acabou, mais Minerva no mesmo molde só para o ano ;)

Anónimo disse...

fizeste-me rir, ficaste zangado e tudo. É verdade que viver a mais que um passa por gerir muitos aspectos. Desejo-vos boa sorte,

ontem estive na mata a ler umas tantas páginas da mitologia das árvores, mas só hoje é que vou para o carvalho de Dodona, ontem fiquei a saber que o freixo dos nórdicos era a árvore-mãe, e que faziam sacrifícios rituais cada 9 anos, sacrifícios humanos também,

quem me dera conseguir ultrapassar esta lógica sacrificial presente em tanto (todo?) o lado, mas parece que está além das minhas forças,

quando estive no Mexico vi os codex num mosteiro dominicano, mas o apocalypto relata bem,

em Timor também uma menina ia casar com as águas, para fazer chuva,

em Creta, vi ontem no livro, o freixo é a árvore de Poseidon, hoje devo chegar ao carvalho de Dodona,

(A.: já vi que andas nas pinturas, a hubris é o excesso do herói, depois é castigado pela Nemesis, a mim já me calhou uma assim:)

z

Pedro Fontela disse...

Z,

Olha que para os nórdicos Yggdrasil é o sitio (árvore mundo) onde Odin esteve suspenso durante 9 dias e 9 noites como forma de ganhar os segredos da magia e poder - pode haver uma significância nas cerimónias serem de 9 em 9 anos (9 mundos, 9 canções mágicas, 18 runas...).

Héliocoptero disse...

Z,

O relato dos sacríficos a cada nove anos encontra-se, se a memória não me falha, na descrição de Saxo Grammaticus sobre o grande templo de Uppsala. Não é das fontes mas fidedignas, embora se conheça elementos de cultos das árvores e enfoque no número nove entre os nórdicos antigos.

Já quanto à "arvore-mãe", a noção em causa é a de axis mundi, o eixo do mundo, isto é, o pilar central em redor do qual o cosmos se organizava. As Eddas, principalmente a de Snorri, insistem no ser um freixo, mas podia ser qualquer outra árvore de grande porte. Entre saxões, por exemplo, regista-se o Irminsul, um pilar sagrado derrubado pelas tropas de Carlos Magno em 722. Teorias sobre o significado desse pilar é coisa que não falta (nem se sabe ao certo qual a seria a sua forma ou material), mas variam entre um culto derivado dos pilares de Jupiter populares na zona do Reno ou uma forma de culto que encontra a sua correspondência nórdica em Yggdrasil.

Não será de estranhar, aliás, se tiver também alguma relação com o culto dos pilares da casa que está implícito nalguns episódios das sagas nórdicas.

Héliocoptero disse...

Já quanto à questão dos sacrifícios humanos - e como isso por vezes dá dores de cabeça a pagãos modernos - eu estou para escrever um longo texto sobre culto, crença e moral numa perspectiva reconstrucionista romana e que pode ajudar a responder ao teu desejo de ultrapassar a "lógica sacrificial", z ;)

Anónimo disse...

olá! Bem, andamos a ler as mesmas coisas ou sobre as mesmas fontes, Yggdrasil era um freixo (Fraxinus sp.) e exactamente há noticia de terem sido sacrificados 9*8=72 homens numa certa altura e isso tudo. Mas hoje afinal estive a ler sobre as bétulas na Sibéria e a iluminação de Buda debaixo da figueira e ainda não consegui chegar ao carvalho.

Jacques Brosse, La Mythologie des Arbres, Plon, 1989

e claro o Axis Mundi já sabia do Eliade, mas obrigado, e parabéns chegaram aí trinta anos antes de mim, isso é que me consola não tarda posso desalvorar descansado,

z

Anónimo disse...

:)))

z