Já lá vão cinquenta anos desde a falhada revolta contra a ocupação chinesa do Tibete, cinco décadas de exílio do XIV Dalai Lama e meio século de sistemática menorização e minorização dos tibetanos no seu próprio país. São cinquenta anos de perseguições políticas e religiosas, de tortura e execuções, de saque e destruição de património cultural e ambiental e de imigração chinesa em massa, ao ponto de os tibetanos serem já uma minoria no seu próprio país. E nem sou eu quem o diz, basta consultar a informação fornecida pela Amnistia Internacional, incluindo esta notícia bem recente.
Sim, o Tibete antes da ocupação estava longe de ser um país ideal e sim, os períodos de independência de facto ao longo da sua História foram breves. Mas quem usa estes argumentos esquece-se que a natureza de um sistema político não é justificação para que ele seja sucedido por gritantes violações dos Direitos Humanos e que, se o critério para a autodeterminação fosse o precedente histórico, então Portugal devia exigir uma nova colonização de Angola ou do Brasil. Nunca um Estado livre foi construído com base na tortura e repressão e em algum momento todos os países tiveram a sua primeira experiência de independência.
O Tibete terá um dia de novo a sua!
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