terça-feira, 10 de junho de 2008

Dia da Pátria, Dias de Portugal



No Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, eis uma lista de outros Dias de Portugal que marcam eventos importantes da nossa História, língua e o nascimento de personagens distintas. A maior parte deles seriam bons candidatos a Dia da Pátria, que isto de celebrá-la no aniversário da morte de um poeta não é coisa que me anime muito.

3 de Fevereiro
Bartolomeu Dias desembarca na costa sul-africana em 1488, após ter dobrado o Cabo da Boa Esperança.

6 de Fevereiro
Nascimento em 1608 do excelso Padre António Vieira, o denominado Imperador da Língua Portuguesa.

16 de Fevereiro
Aclamação de El-Rei D. Dinis em 1279. Seria ele a estabelecer as fronteiras definitivas de Portugal, a fazer da Língua Portuguesa o idioma oficial da chancelaria régia, a presidir à fundação da primeira universidade do país e a lançar as bases da marinha nacional, para além de nos ter deixado uma preciosa colecção de poesia medieval da sua autoria.

11 de Março
Fernão Mendes Pinto parte de Lisboa em 1537, naquela que foi a primeira de muitas viagens suas além mares.

6 de Abril
Eleição do Mestre de Avis como D. João I de Portugal por decisão unânime das Cortes reunidas em Coimbra em 1385, a poucos meses da batalha de Aljubarrota. Exactamente um ano antes, a 6 de Abril de 1384, tinha tido lugar a batalha de Atoleiros, a primeira grande vitória do invicto Nuno Álvares Pereira.

25 de Abril
O Dia da Revolução dos Cravos.

20 de Maio
Chegada de Vasco da Gama a Calecut em 1498.

24 de Junho
Afonso Henriques derrota a sua mãe e padrasto na batalha de São Mamede em 1128 e assume o governo do Condado Portucalense.

14 de Agosto
Batalha de Aljubarrota em 1385.

12 de Setembro
Tratado de Alcanises em 1297, estabelecendo as fronteiras definitivas de Portugal. De lá para cá, a única alteração foi Olivença.

23 de Setembro
Aprovação da Constituição de 1822, a primeira da História de Portugal.

5 de Outubro
Tratado de Zamora em 1143, pelo qual Afonso VII reconheceu a Afonso Henriques o título de Rei; Implantação da República em 1910.

1 de Dezembro
Restauração da Independência em 1640 por golpe palaciano de um grupo de conjurados; publicação da Mensagem de Fernando Pessoa em 1934.

Já agora, todos eles dariam também bons dias de bandeira portugueses, mas isso e uma lista mais extensa é tema para outra entrada.

4 comentários:

Rita disse...

Sem deixar de valorizar o trabalho educativo que tu ainda tens a pachorra de ter....
Dia de Camões ponto final. Quase tudo o que se tem feito por cá desde esse senhor não tem ponta por onde se lhe pegue. Onde é que uma pessoa entrega o BI e a nacionalidade quando não os quer mais? Loja do Cidadão?

razões da fúria: vide blog...

Héliocoptero disse...

Desde o Camões, não. Antes disso! Desde que morreu El-Rei D. João II. A expulsão dos judeus por D. Manuel I deu o mote: antes disso, acolhiamos e rentabilizavamos o saber, experiência e meios de outros; depois disso, passámos a menosprezá-los, rejeitá-los e a persegui-los caso não se conformassem a uma norma.

D. Dinis fundou a marinha portuguesa com recurso a um genovês, a inglesa Filipa de Lencastre abriu a corte portuguesa às influências estrangeiras, o Infante D. Henrique acolheu o saber de judeus e cristãos-novos, enquanto o irmão dele cultivou-se em viagens pela Europa. Veio D. Manuel I e deu-se uma inversão de ciclo que o rei seguinte, D. João III, apenas confirmou ao instalar a Inquisição em Portugal: passámos de país aberto a piolheira decapitada, pobre em elites e fraca em cultura de mérito.

Camões apanhou-nos já em plena decandência, a Inclita Geração de Avis foi um dos nossos momentos mais elevados em saber, técnica e génio.

Caturo disse...

Alguns destes dias mereciam seguramente um feriado, tais como o 24 de Junho e o 14 de Agosto. E o 5 de Outubro devia ser lembrado mais como o grande evento de 1143 do que o episódio de 1910.

Caturo disse...

Correcção - Alguns destes dias mereciam seguramente um feriado, tais como o 24 de Junho e o 14 de Agosto. E o 5 de Outubro devia ser lembrado mais pelo grande evento de 1143 do que pelo episódio de 1910.