domingo, 27 de abril de 2008

Estava livre e não perdido

Já conhecia a prática há alguns anos, desde o dia em que vi uma reportagem da SIC sobre o assunto. Também já tinha tido em mãos um livro livre, não perdido nem esquecido, mas deixado num local público à espera de um novo dono. Foi na Suécia, nos corredores da Universidade de Uppsala, mas quem ficou com ele - e, pressuponho, quem mais tarde o libertou - foi uma colega minha.

A esta prática chama-se bookcrossing que, muito basicamente, consiste em ler um livro e deixá-lo num local público para que outros o encontrem, leiam e, se quiserem, voltem a deixá-lo onde possa ser encontrado por alguém que repita o processo. E não se pense que isto é feito sem qualquer tipo de organização. Indo a este sítio, é possível atribuir a cada livro um número de identificação único que deverá constar numa etiqueta que tem que ser colada na capa ou primeira página, de modo a que quem o encontre saiba que ele não está perdido, mas foi propositadamente deixado no local. A partir do mesmo sítio na internet, é possível contactar com outros adeptos da prática e seguir o percurso de cada um dos livros registados por esse país ou mundo fora. No fundo, trata-se de criar uma grande biblioteca global, sem sede ou local de leitura fixos.

Ontem à noite, três amigos meus deram de caras com dois livros que julgaram perdidos na rua Dom Maur Cocheril, Alcobaça. Quando lhes expliquei o que era o bookcrossing, uma amiga minha ficou com um e eu fiquei com o outro (o da fotografia). Vou lê-lo e libertá-lo algures, às tantas na companhia de um livro novo que hei-de comprar, registar e juntar à biblioteca global do bookcrossing.

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