Ou como o missionarismo ateu consegue ser um espelho do fundamentalismo religioso. Nada de muito surpreendente quando se faz uma leitura frequente do que aqui se escreve e se constanta o elevado grau de generalizações grosseiras e de proselitismo ao nível do melhor tele-evangelista. O ateísmo militante que reduz a vivência humana a um conjunto de dados científicos, que vê no fenómeno religioso um veneno a ser eliminado e que procura remeter as práticas religiosas para uma privacidade das quatros paredes assemelha-se em muito ao fundamentalismo que vê num livro sagrado a única lei, toma toda e qualquer outra crença como concorrência a abater e dá forma à intolerância de Estados teocráticos que remetem crenças não-oficiais para o esconderijo da vida privada.
A ler The atheist delusion, artigo a que cheguei via De Rerum Natura. Aqui fica uma amostra para abrir o apetite à massa cinzenta:
Zealous atheism renews some of the worst features of Christianity and Islam. Just as much as these religions, it is a project of universal conversion. Evangelical atheists never doubt that human life can be transformed if everyone accepts their view of things, and they are certain that one way of living - their own, suitably embellished - is right for everybody. To be sure, atheism need not be a missionary creed of this kind. It is entirely reasonable to have no religious beliefs, and yet be friendly to religion. It is a funny sort of humanism that condemns an impulse that is peculiarly human. Yet that is what evangelical atheists do when they demonise religion.
domingo, 16 de março de 2008
Do ateísmo militante
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